Com a inflação em alta, a taxa de esforço para pagar a renda subiu na maioria dos distritos, mostra estudo do idealista.
O custo de vida das famílias está a ficar mais caro à boleia da inflação, que tem vindo a escalar e atingiu os 10,2% em outubro, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE). E as rendas das casas também estão a encarecer, tendo aumentado 4,5% no terceiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados mais recentes do idealista. Em resultado, a taxa de esforço das famílias para pagar a renda da casa subiu no último ano. A percentagem do rendimento familiar necessário para pagar o arrendamento de uma habitação em Portugal passou de 48% no terceiro trimestre de 2021 para os 54% no verão de 2022 (+ 7 pontos percentuais). As conclusões são de um estudo realizado pelo idealista que cruzou os preços de arrendamento em setembro de 2022 e a estimativa* dos rendimentos familiares na mesma data.
Analisando os dados por distrito, salta à vista que a taxa de esforço no arrendamento subiu na maioria dos territórios do país no verão de 2022 face ao mesmo período do ano anterior. Foi na ilha da Madeira onde a taxa de esforço para arrendar uma casa mais aumentou, passando dos 35% dos rendimentos familiares no terceiro trimestre de 2021 aos 44% deste ano. Segue-se Lisboa (de 47% para 56%), Faro (de 39% para 47%), Setúbal (de 37% para 44%), Guarda (de 25% para 32%) e Castelo Branco (de 30% para 36%).
Já os menores aumentos do esforço para arrendar casa foram observados em Aveiro (de 35% para 36%), na ilha de São Miguel (de 32% para 33%), Braga (de 31% para 34%) e Coimbra (de 35% para 39%).
Houve dois distritos que fugiram à regra: em Évora, a taxa de esforço para pagar a renda da casa manteve-se inalterada entre estes dois momentos. E em Bragança desceu de 34% a 31%, sendo a única descida registada no país.
Lisboa é o distrito que mais esforço exige aos seus habitantes para arrendar casa, sendo necessário destinar 56% do rendimento familiar para pagar a renda. Seguem-se os distritos do Porto (48%), Faro (47%), Setúbal (44%), ilha da Madeira (44%), Coimbra (39%), Viana do Castelo (38%), Beja (37%), Leiria (37%), Évora (37%), Aveiro (36%) e Castelo Branco (36%).